Novembro é o mês da Consciência Negra. Para mostrar a importância da data, a equipe do About Amazon Brasil, então, selecionou 13 livros que são leitura obrigatória para quem gosta de escritas excelentes e narrativas envolventes. Na lista, há sugestões que variam de romance a ficção, antigos e novos, com um ponto em comum: todos são escritos por autores pretos que você precisa conhecer.
Novembro é o mês da Consciência Negra. Para mostrar a importância da data, a equipe do About Amazon Brasil, então, selecionou 13 livros que são leitura obrigatória para quem gosta de escritas excelentes e narrativas envolventes. Na lista, há sugestões que variam de romance a ficção, antigos e novos, com um ponto em comum: todos são escritos por autores pretos que você precisa conhecer.
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“Olhos D'Água” – Conceição Evaristo
Você vai notar: há duas sugestões de livros de Conceição Evaristo nessa lista. Não por menos. Afinal, ela é uma das maiores escritoras brasileiras. Conceição hoje está aposentada, mas a autora mineira escreveu diversos livros mais do que recomendados.
O primeiro da lista é Olhos D'Água. Neste livro de contos, as mulheres são protagonistas de uma escrita fictícia com um pé na realidade. De forma muito direta, Conceição fala sobre a pobreza e a violência urbana e, sem qualquer romantização, descreve abertamente a dura realidade da comunidade afro-brasileira.
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“Canção para ninar menino grande” – Conceição Evaristo
Neste, os protagonistas são os homens negros. No entanto, Conceição retrata, com todo seu talento em transformar a vida real em poesia, a relação deles com as mulheres negras. É um livro de amor, sofrimento e muito debate racial, como toda obra da autora. Doloroso, sim, e necessário. Leia com uma caixa de lenços à mão!
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“Quarto de despejo” – Carolina Maria de Jesus
Falando em livros que emocionam e em autoras talentosas, impossível não mencionar Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo é uma obra visceral, um diário triste e cruel de uma mulher que sobrevive como catadora de papel e faz de tudo para espantar a fome e criar seus filhos na favela do Canindé, em São Paulo. Extrema pobreza, desigualdade de classe, de gênero e de raça, racismo, machismo. Esse livro é uma descrição pungente feita em 1950, mas que segue mais atual do que nunca.
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“Os condenados da terra” – Frantz Fanon
Um clássico absoluto da literatura negra, Os condenados da terra foi escrito numa corrida contra o tempo. Isso porque Fanon estava doente e sabia que não viveria muito. Ainda assim, o autor é enérgico nas palavras, estabelecendo como a lógica colonial branca levou a muita dor e cicatrizes. Cabe entender se um dia elas serão superáveis. Para Fanon, a única forma de isso acontecer seria com a insubmissão.
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“Um defeito de cor” – Ana Maria Gonçalves
O pano de fundo é o racismo. Mas Um defeito de cor é uma história tocante da busca de uma mãe, cega e em seus últimos dias de vida, por seu filho. Marcado por mortes, estupros, violência e escravidão, o livro debate os desafios da maternidade negra - e, ainda, o peso da cor na formação do povo brasileiro. Uma saga profunda, que deixa marcas no leitor.
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“Úrsula” – Maria Firmina dos Reis
De 1859, Úrsula é considerada a obra inaugural da literatura afro-brasileira, além de ser um dos primeiros romances de escritos por uma mulher no Brasil. Só por isso, já teria um enorme peso histórico, mas Maria Firmina dos Reis vai além: escreve, com maestria, sobre as mazelas sociais decorrentes da escravidão. O livro relata o peso patriarcal e senhorial que marcava o país, à época ainda escravagista, e dava poderes quase infinitos aos homens brancos. Uma história de amor, sofrimento e dor.
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“Amada” – Tony Morrison
Este não poderia faltar. Nobel de Literatura de 1993, Amada ganhou o Pulitzer de 1988 e em 2006 foi eleito pelo New York Times a obra de ficção mais importante dos últimos 25 anos nos Estados Unidos. Com idas e vindas temporais, Amada reconstrói a história de mãe e filha. Mesmo tendo fugido de sua condição de escrava, a mãe carrega para sempre as cicatrizes do que viveu - e o impacto, é claro, reverbera em sua filha. Amada é um retrato cruel de como era ser negro no fim do século XIX nos EUA.
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“Tudo sobre o amor” – bell hooks
Como descrever o amor? bell hooks se presta a falar sobre isso em Tudo sobre o amor, o primeiro livro da Trilogia do Amor. Nesta construção sobre as origens do sentimento, hooks debate igualdade e justiça, e defende que o amor é muito mais do que um mero sentimento: é um caminho, se não o único, para o bem-estar coletivo.
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“Mulheres, raça e classe” – Angela Davis
Mesmo tendo sido escrito há quase 50 anos, Mulheres, raça e classe debate o peso da escravidão sobre as mulheres negras de forma muito atual. Além disso, descreve o peso do feminismo branco sobre mulheres negras, que sequer eram aceitas em discussões que lhe diziam respeito. A obra é intensa e repleta de sofrimento, mas sua escrita é fluida e leve, expondo todo o talento de Davis.
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“Notas de um filho nativo” – James Baldwin
"Eu era um intruso; aquele legado não era meu”. Assim é o resumo de James Baldwin sobre o momento em que percebeu que a linha do seu passado não levava à Europa, onde viveu por tantos anos, mas sim à África, continente que nunca havia visitado. Nessa descoberta, descobrimos nós, também, a atualidade das conclusões deste escritor negro e homossexual.
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“Amoras” – Emicida
Nessa lista não poderia faltar um livro infantil, é claro. Mas Amoras vai além: ensina sobre orgulho, amor próprio e auto-conhecimento. Escrito a partir do rap homônimo, Emicida é sucinto em nos fazer refletir a importância de abraçarmos quem somos. Além disso, a obra conta com ilustrações lindas de Aldo Fabrini.
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“Água de Barrela” - Eliana Alves Cruz
Quando acabou, de fato, a escravidão para as mulheres negras? Em Água de Barrela, as muitas mulheres negras descritas por Eliana Alves Cruz encontram no lavar, passar, enxaguar e quarar das roupas das patroas e sinhás brancas um modo de sobrevivência em quase trezentos anos de história, desde o Brasil na época da colônia até o início do século XX.
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“Pequeno Manual Antirracista” – Djamila Ribeiro
O nome deste livro já o resume perfeitamente. Em Pequeno Manual Antirracista, nos vemos diante de 11 lições breves para entender as origens do racismo. Mas Djamila vai além e nos ensina a combatê-lo em nós mesmos e no nosso dia a dia.