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No turbilhão de reflexões que inundam o LinkedIn e o Instagram neste Mês da Mulher, muitas discussões se voltam para os avanços conquistados e os desafios que ainda persistem na luta por equidade de gênero. Apesar de avanços significativos, um estudo do Fórum Econômico Mundial (FEM) aponta que levaremos 131 anos para alcançar a igualdade real entre homens e mulheres. O que torna essa previsão ainda mais alarmante é que eventos recentes indicam possíveis retrocessos, reforçando a necessidade de mantermos debates abertos e ações concretas, tanto no âmbito público quanto no privado.

Além disso, é fundamental reconhecer que grande parte das conquistas alcançadas até agora beneficiam, sobretudo, mulheres brancas, cis e heterossexuais, perpetuando uma injustiça cruel com a diversidade feminina no Brasil. Dados do IBGE mostram que mulheres negras, por exemplo, continuam sendo as mais prejudicadas no mercado de trabalho, recebendo salários menores e enfrentando mais obstáculos para ascensão profissional.

O começo da minha trajetória no mundo corporativo foi marcado por um choque brutal. A ausência de mulheres em posições de liderança era evidente, e a misoginia se manifestava em insinuações maldosas sobre suas conquistas, colocando em dúvida sua competência. Oportunidades eram frequentemente reservadas a grupos masculinos, eventos corporativos excluíam as mulheres, e atitudes machistas, como a interrupção constante de falas femininas em reuniões, eram tratadas como normais. Casos ainda mais graves, como a suspensão de reajustes salariais durante a licença-maternidade e premiações para homens que “conquistavam” mulheres em festas da empresa, eram práticas toleradas.

Felizmente, o cenário corporativo vem evoluindo. Hoje, essas situações não são tão frequentes nem aceitas de forma tão explícita. Precisamos, sim, celebrar o progresso! No entanto, isso não significa que o problema foi resolvido. Ainda testemunho mulheres sendo silenciadas, tendo suas ideias apropriadas por colegas homens e enfrentando um ambiente que mina sua autoconfiança. A cultura corporativa segue favorecendo alianças masculinas e, muitas vezes, desestimula a sororidade feminina, promovendo uma competitividade que reforça desigualdades.

Se quisermos avançar de forma real, precisamos de um compromisso coletivo. Empresas devem adotar políticas efetivas para garantir ambientes de trabalho mais inclusivos e equitativos, com programas de mentoria para mulheres, metas de diversidade e combate ativo ao preconceito estrutural. Além disso, como mulheres, temos um papel crucial: apoiar umas às outras, reconhecer a pluralidade das nossas vivências e evitar reproduzir comportamentos que perpetuam a exclusão.

As novas gerações já chegam ao mercado de trabalho com uma percepção mais aguçada sobre machismo e sexismo, identificando essas dinâmicas tóxicas com mais rapidez e assertividade. Isso representa uma oportunidade valiosa para aprendermos com elas e acelerarmos as mudanças necessárias. Líderes – homens e mulheres – precisam ouvir essas vozes e agir.

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Como líder do Grupo de Mulheres da Amazon Brasil, minha missão é garantir que as mulheres tenham um espaço de expressão e crescimento real dentro da empresa. Sei que o trabalho remunerado é apenas uma parte da carga que elas carregam diariamente, e é fundamental criar um ambiente onde possam alcançar seu potencial máximo, sem precisar lutar contra um sistema que constantemente as desafia.

Neste mês dedicado à celebração das mulheres, convido todas a uma reflexão: reconheça sua trajetória, valorize suas conquistas e siga firme na luta por um futuro mais justo. A mudança não virá sozinha – ela precisa do nosso engajamento contínuo. Cada passo dado por uma mulher abre caminho para muitas outras.


Tatiana Orofino é Líder do Women at Amazon Brasil e líder para Desenvolvimento de Negócios para setor financeiro na Amazon Web Services (AWS) para América Latina. Engenheira de computação formada pela Unicamp, possui quase 20 anos de experiência fornecendo soluções de TI para este segmento.