10 destaques envolvendo Brasil e América Latina no primeiro dia do re:Invent

O crescimento no uso da inteligência artificial generativa já vem sendo sentido no Brasil e na América Latina, com foco no atendimento de demandas de negócio. Não por acaso, a AWS tem hoje mais de 100 mil clientes ativos utilizando serviços de inteligência artificial (IA) no mundo. Na região, alguns exemplos são: Arezzo, Transbank, Mercado Livre e C&A. Como resultado, mais de 2 mil representam Brasil e América Latina na edição do evento deste ano.

O setor público vem evoluindo no uso da nuvem para concretizar o conceito de smart cities. “Ser uma smart city é basicamente coletar todos os tipos de dados e utilizá-los para tomar decisões, em tempo real, decisões que melhorem operações, os serviços oferecidos aos cidadãos e reduzam custos”, diz o diretor de vendas para o setor público da AWS na América Latina, Andrés Tahta. Com foco em sustentabilidade dentro do conceito de smart city, o estado do Pará lançou o Selo Verde Pará 2.1, uma solução que detecta a origem da soja e da carne, ajudando a combater o desflorestamento da Amazônia.

O uso da inteligência artificial já pode ser sentido também em iniciativas como as implementadas pelos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês. O primeiro é integrante da iniciativa Healthcare, que provê informações de qualidade para o tratamento de diabetes, enquanto o segundo desenvolveu o programa HealthLake, que permite analisar a saúde da população do Brasil. “Um dos meus exemplos favoritos é o do Sírio, que usa o Amazon Chime para conectar 16 UTIs em todo o Brasil com seus médicos em São Paulo, reduzindo em 15% a mortalidade nessas unidades. Isso só usando a nuvem e um serviço AWS”, diz Tahta.

Paulo Cunha, diretor para o setor público da AWS para Brasil, e Cleber Morais, diretor de vendas para a América Latina, falaram, também, sobre o crescimento do mercado formado por médias empresas. De acordo com estudo realizado pela Accenture, 62% das pequenas e médias empresas brasileiras já utilizam a nuvem de alguma forma. A previsão é de que, até 2030, 90% delas utilizarão a nuvem como componente de avanço.

Esse mesmo estudo revela ainda que o crescimento do uso de IA deve trazer um impacto de R$ 24 bilhões na economia brasileira, tanto em virtude do uso de nuvem quanto das capacidades que essa adoção dispara. Um exemplo: até 2030, serão 8,4 milhões de vagas de emprego criadas somente no Brasil nos setores de saúde, educação e agricultura até 2030.

Como líder no mercado brasileiro, a AWS acredita no crescimento do segmento e aposta no seu ecossistema como um diferencial importante. Morais ressalta que o volume de parceiros da empresa tem crescido ao longo dos últimos anos e que a maioria deles ampliou sua mão de obra especializada. Outro fator destacado foi o crescimento no número de ISVs (Independent Software Vendors) que tem oferecido soluções em nuvem para esse mercado.

Agora, falando de América Latina. Apesar das instabilidades vividas na região, o mercado de TI deve crescer conforme o esperado em 2023. Essa é a previsão do vice-presidente de consultoria e soluções estratégicas da IDC, Alejandro Floreán. Os investimentos virão de diversos setores, mas Floreán destacou a área de manufatura – principalmente no Brasil e no México –, que deve investir US$ 1,7 bilhão em áreas como nuvem, conectividade e soluções de supply chain. O agronegócio também se destaca na região, especialmente no Brasil.

Outra constatação é que as empresas da região continuam comprometidas com investimentos estratégicos em transformação digital, otimização, automação e modernização, com 95% dos projetos de transformação considerando o uso de ao menos uma nuvem pública. Os serviços de nuvem pública, aliás, representam a segunda área de maior crescimento dentro do setor de TI, perdendo apenas para soluções de IA. As previsões são de que, nos próximos 5 anos, os investimentos em TI continuem crescendo na casa de dois dígitos na maioria dos países da região, o que não deve ocorrer sem desafios.

O evento contou também com a divulgação inédita do Estudo Impacto Econômico da Adoção da Nuvem em Seis Países Latino-Americanos, feito pela FTI Consulting, contratado pela AWS, para estimar os benefícios econômicos e ambientais que a adoção atual e futura da nuvem pública proporcionará em toda a economia ao longo de 16 anos, entre 2023 e 2038, em 6 países da América Latina: Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai.

Em meio a esse cenário em evolução, a América Latina deve se beneficiar. Para se ter uma ideia, o impacto econômico médio proporcionado pela adoção da nuvem pública em termos de produção de vendas, PIB e rendimento do trabalho em LATAM até 2038, pode ser de:

• 8.6 milhões de empregos

• US$ 340,2 bilhões de produção

• PIB de US$ 195,1 bilhões

• US$ 60,6 bilhões em renda do trabalho

• US$ 39,9 bilhões em receitas fiscais

As atividades do primeiro dia de re:Invent 2023 terminaram com o keynote do vice-presidente sênior da AWS, Peter DeSantis. Ao todo, foram três anúncios de inovações:

O primeiro anúncio foi o do Amazon Aurora Limitless Database, novo recurso que se expande automaticamente além dos limites de gravação de um único banco de dados Amazon Aurora, facilitando aos desenvolvedores o dimensionamento de seus aplicativos e economizando meses em comparação com a criação de soluções personalizadas.

Outro anúncio foi o do Amazon ElastiCache Serverless, criado para ajudar os clientes a desenvolver caches altamente disponíveis em menos de um minuto, podendo ser dimensionado instantaneamente vertical e horizontalmente para dar suporte às aplicações mais exigentes dos clientes, sem a necessidade de gerenciar a infraestrutura.

DeSantis também apresentou o novo recurso Amazon Redshift Serverless que usa IA para prever cargas de trabalho e escalar e otimizar recursos automaticamente para ajudar os clientes a atingir suas metas de preço-desempenho.